segunda-feira, 27 de junho de 2011

Chega

Sabe quando cansa? Quando você pára e percebe que não dá mais. Chega a beira do precipício e olha para baixo, grita. Apenas grita. Ninguém vai te dizer pra não pular, nem te segurar. Você luta, tenta, corre e nada muda. Tudo parece tão estático quanto um monte de pedras. Você se enche de tudo, e principalmente se enche de se sentir vazia. Você não tem chão, nem caminho pra seguir. Vontade de xingar todo mundo, falar um monte de merda e gritar até as lágrimas explodirem no seu rosto. Nada vai valer a pena. Seu disfarce de garota comportada e conformada com tudo e todos começa a derreter. Você vai precisar trocá-la. Faremos de tudo para optar por uma mais resistente, que tal a da verdade? Ela não é totalmente bonita e tem muita gente que não gosta, mas pelo menos ela não vai te machucar, nem te apertar em nada. Cansei, ponto final, acabou, chega, CHEGA.

sábado, 18 de junho de 2011

E ainda assim

Erros, erros, errar. O que fazer quando tudo dá errado? Quando você não sabe porque mas não consegue fazer nada certo. Até o chão que você pisa parece te enganar, a vida toda te engana. Você não pode nem respirar sem a certeza de algo. A insegurança é tanta que nem a sua sombra é confiável. Absolutamente tudo dá errado. Você programa algo, e luta por aquilo e ainda sim não dá certo. Seus planos se vão como leves e delicadas pétalas de flores soltas pelo ar, sem destino, apenas com uma ordem: vão. As coisas boas te abandonam e você se perde em erros. E ainda assim você permanece fria, calada, intacta, até que uma leve lágrima desce sem permissão pelo rosto, e então toda a muralha vem ao chão. Saudade, problemas, cobranças. Eu juro que não sei até quando suportarei. A muralha caiu, desmanchou-se em lágrimas e mesmo assim, já está se reconstruindo. Até quando ela suportará esse processo não sei, na verdade a muito tempo que eu não sei de nada. Ninguém sabe e nem precisa saber. Eu só quero acertar. 


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pretérito

Voltando da faculdade avistei a curta distância a melhor ilustração de nostalgia que eu poderia ter. Embaixo das árvores que marcam a entrada de um colégio, um grupo de umas quinze pessoas, uma garrafa de vodka e um violão. Nada poderia ter sido mais triste e ameno ao mesmo tempo, comovente até. 
Contive minhas lágrimas e segurei para não gritar com o aperto que o coração me deu, quero tudo de volta. Ou ao menos quis por um segundo. 
Chegar naquele ônibus lotado, após quase uma hora de viagem e de uma longa aula de cursinho pré-vestibular e ver todos te esperando. Casa de uma amiga, uma árvore, violão, vodka e a galera. Nunca precisamos de nada além disso e éramos tão felizes, TÃO felizes. Lá de debaixo da árvore da Dona Cida, quantas risadas e histórias ficaram por lá? Não queríamos nada além de passar o tempo e não pedíamos muito, apenas para que o sono não viesse para que pudessemos curtir o máximo possível de estarmos juntos. Não era sempre a mesma turma e não era todo dia que todos podiam ir, mas o que dava para ser era e era de uma forma surreal. 
Vontade incontrolável de pegar o relógio e começar a voltar o tempo, na mesma velocidade e com a mesma facilidade que voltamos fotos. Confundo-me, me perco, mal sei para onde correr. 
Ninguém disse que seria fácil, porém também não me avisaram o quanto doía. Me sinto como uma masoquista afinal não me arrependo. Não me arrependo de absolutamente nada pois é preciso mudar para que se possa sentir saudades, e finalmente ver o quando aquilo foi bom. O maior problema é que depois disso, não resta muito além de aceitar seu presente e ficar feliz por ter acontecido. Saudade não tem sabor, mas é constante, comum e necessária. 




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Vale a pena

Eu sei que falar de temas comuns não é muito o meu forte mas alguns deles realmente merecem. Como estudante de Comunicação e ainda mais com habilitação em Publicidade, sou meio suspeita a dizer mas eu preciso falar. Tenho necessidade imensa de comentar coisas que são bem feitas, que me chamam a atenção, coisas nobres hoje em dia. Uma dessas coisas foi a nova propaganda do bombom Serenata de Amor que ultrapassou os limites de fofura e doçura comuns no dia dos namorados e veio no sentido contrário a tudo que se está acostumado. Enquanto todos apostavam em amores perfeitos e casais felizes, ele foi tocar no lado mais comum e mais dolorido: os amores perdidos. Eu me emocionei do primeiro segundo de vídeo até o fim. É brilhante como o mais comum sempre passa despercebido e continua passando a cada dia. Eu bem que tento ser uma pessoa normal, me comportar como uma e não reparar em temas bizarros como esse, mas eles me perseguem, não há como fugir. Eu realmente precisava falar, ainda que em silêncio pois boas publicidades são o que realmente vale a pena. 

A seguir o texto completo da propaganda, e logo abaixo o comercial em vídeo:

"Se você está sofrendo por causa de um amor perdido, eu tenho más notícias: Não há nada que você possa fazer e não há ninguém que possa ajudá-lo. Na melhor das hipóteses você vai ter um amigo paciente pra levá-lo ao um bar e ouvir suas queixas  e eventualmente buscar você em um bar e levá-lo pra casa com segurança nos dias em que você se comportar feito um bobo. Na verdade, até existe alguém capaz de curar a sua dor, mas, esse alguém não costuma ter pressa. Ele se chama tempo. Portanto procure levantar sua cabeça e dar um passo adiante, por menor que seja, porque você ainda tem um longo caminho a percorrer dentro desse inferno. Ter pena de si mesmo não vai ajudar em nada e por mais que você não acredite, eu posso garantir que você sente algum prazer em cultivar esse sofrimento. Sim, estar triste é uma forma de exercer a paixão quando o alvo dessa paixão já se foi, você está usufruindo do seu direito de viver eternamente apaixonado. Isso é ótimo! Prova que você é um romântico. Mas, coisas ótimas não costumam ser baratas e você tem que pagar o seu preço. Em algum momento tudo isso vai passar, e nesse caso quando o furacão for embora ele não deixará destroços. Tudo estará em seu devido lugar, como se nada tivesse acontecido. Você vai recuperar suas noites de sono, vai se sentir revigorado, vai estar feliz consigo mesmo, vai levantar sua auto estima. Você vai estar pronto para entregar seu coração a outra pessoa mesmo correndo o risco de partí-lo em mil pedaços novamente, porque o amor sempre vale a pena."

  

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Tenho direito

Eles não se preocupam. Ninguém se preocupa. Você pode chegar sem um braço, ou vestida de palhaço e ainda sim ninguém vai te ver de verdade. Vivendo cada dia como se não estivesse nessa atmosfera. Eu não peço muito, apenas que me escute. Eu bem que queria mas, as paredes não têm ouvidos. Ninguém gosta de gente dramática ou de ouvir o choro alheio, mas é necessário. Todos temos problemas e por isso somos tão iguais. Percebi que posso cair, e ninguém vai me segurar. Revoltadamente triste, e realmente não sei porque. A muralha de ferro não é tão perfeita quanto eu pesava que fosse e tente a desmoronar, e pior que isso, na minha cabeça. Está tudo bagunçado, a casa, os trabalhos, o quarto... o coração e a mente. O frio é bem devastador desse lado da ponte. E a sensação de que nada me tira daqui. O vazio, vago, sem preenchimento. Eu bem que queria ser tão feliz, animada e querida quanto aparento. Se eu cair ninguém vai segurar, eu sei que não. E não venham me reclamar, eu grito porque tenho direito ao grito. Eu só quero ser como os outros, é tão difícil assim? Ter um motivo para sorrir e acordar todos os dias cantando.É realmente tão difícil assim ou eu que sou sinônimo de azar mesmo? Eu não peço nada além de ouvidos sinceros.