sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mais que tudo, mais que sempre

E a quem mais eu queria enganar? A dúvida na verdade era apenas uma: por quanto tempo mais. Por quantos dias eu poderia seguir enganando a mim mesma e a todos ao meu redor. Sabe, certa vez ouvi uma música, e ela nunca me serviu tanto como agora: posso mentir mas, não posso me enganar. Achei que pudia, quem dera termos o controle da vida, ou melhor dizendo, dos sentimentos. Mais de um ano. Doze meses. Trezentos e sessenta e cinco dias. Oito mil, setecentas e sessenta horas. Muito além disso, bem mais, bem além. Não sei o que me assusta mais: se é o quanto fui otária para achar que podia ir contra eu mesma ou quem sabe por lutar contra algo que tanto valeu a pena um dia. Algum dia. O quão distante estaria esse passado que tanto ando pedindo de volta? Falta não é mais a palavra correta, preciso urgentemente voltar a viver e até agora isso não foi possível sem você. Ainda não sei aonde todo aquele presente lindo que tínhamos se perdeu, preso a lembranças dolorosas de quem um dia foi feliz. Não sei o que deu errado, não sei o que fiz de errado. Talvez eu me culpe demais por coisas desnecessárias, mas entre elas a maior é por não conseguir de volta. A única coisa que mantém minhas esperanças é saber que da mesma forma que não posso voltar ao passado também não posso controlar o futuro e quem saiba ele seja um pouco mais bondoso comigo. Andei pensando que o alguém da minha vida poderia ser eu, me enganei. Me iludi pensando que uma hora, em algum lugar ele apareceria e meus lábios se lembrariam o que é sorrir. Um monte de pequenas histórias contadas e posicionadas perfeitamente aos meus pés como colchões de apoio para amenizar quedas e dar segurança. E agora, em menos de duas horas, tudo foi jogado para o alto, e todo o meu corpo insiste em gritar que tudo que preciso é você. Você, apenas você, seus defeitos, seus carinhos, seu sorriso, você. Se não fossem meus amigos eu teria te ligado e quero que saiba, é de você que falo e sorrio bobamente. É com você minhas melhores lembranças, e todas as únicas recordações que não quero nunca, jamais, me desfazer. Se aquilo não foi felicidade, então me perdoem, mas eu nunca se quer respirei.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

E(n)d

E a saudade. Serena como sempre, porém totalmente diferente. Veio com muito mais força, como um touro que acaba de escapar. Não foi a mesma saudade, dessa vez veio dolorida, não como doce lembrança mas como uma vontade verdade de poder voltar e fazer tudo novamente. Uma simples foto e tudo me fez falta, falta de absolutamente tudo. Pareço não conseguir me lembrar do seu sorriso. Cheguei a um ponto que poderia trocar tudo por um simples abraço. Poder conversar o que fosse, ser compreendida. Antes de ser qualquer coisa era meu amigo, verdadeiro amigo. É uma falta que poucas pessoas saberão o quer realmente representa. Necessidade de compreensão, um afeto diferente, único. Foram tantas coisas que passamos juntos, tantas risadas e segredos e agora parece que nada é suficiente. Necessidade louca de virar as costas e voltar correndo, sem se importar com absolutamente nada. Ter você de volta, de uma forma ou outra. Não é estranho que faça quase um ano sequer te vejo sendo que à algum tempo atrás você foi tudo o que precisava. A vida prega peças, a saudade mais ainda. Você nunca sabe o que vai acontecer depois de uma crise dessas. Carência absurda e nem o telefone é capaz de preencher. Como eu queria realmente voltar atrás, ou quem sabe, trazer algumas coisas do passado para o presente. Entre todas elas a única que me importaria é você. Promessas de fazer tudo diferente não vão mudar nada mas, se puder, volte por favor. Talvez amanhã ou daqui a uns dez minutos, sequer me lembre de você, ou talvez outras coisas substituam como sempre acontece.  A saudade é sempre assim, vem, vai, some, sufoca. Mas se eu pudesse pelo menos acordar ao seu lado, então cada lágrima nostálgica que molhou o meu travesseiro nessa noite chuvosa e vazia teria pelo menos feito algum sentido. E a saudade. Sempre.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Promessas

Um ano novinho começou e como não poderia ser diferente, junto dele vieram um bom punhado de promessas. Temos essa pequena generosa necessidade, seja de prometer algo para os demais ou para nós mesmo. O simples nascer do sol representa à muitos a promessa de um dia melhor. Prometemos começar uma dieta nova na segunda, parar de beber aos fins de semana. Prometemos ser mais felizes, dever menos, comemorar mais. Prometem a nós que todos temos uma cara metade e um milhão de razões para continuar. Prometemos aos outros que nunca mais vamos errar e começamos já errando. Prometi que ia escrever mais e que não ia mais chorar, e aqui estou eu, quebrando comigo mesma. Depois de tanto tempo vagando cheguei a conclusão que talvez a promessa seja algo necessário, ou no mínimo se tornou necessário ao ser humano. Prometemos que vamos parar de beber logo depois de tomar um porre, talvez por necessidade de explicar a vida ou qualquer coisa em si. Prometemos que não vamos nos apaixonar novamente logo depois do primeiro tombo. Dizemos que vamos mudar logo depois da primeira briga. A promessa sempre vem depois do erro, talvez faça parte da rotina da vida. Aproveitar mais as férias e começar a acordar ao meio dia. Prometer não fazer mais promessas, até onde vai? De hoje até que eu quebre quero parar de prometer e ver se as coisas começam a acontecer meio que sozinhas, mais espontâneas e livres. Ser mais feliz talvez. Talvez precisássemos realmente disso. De um certeza incerta que nos dê todos os dias uma nova dose de esperança como algo que move a vida, com o simples propósito de nos manter em frente.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A nós

Nunca fui uma criança muito focada em absolutamente nada. Gostava de fazer várias coisas ao mesmo tempo para que não desse tempo de me entediar de nenhuma. Primogênita, muitos foram os planos nomeados a mim. Minha paixão pela televisão e principalmente pelos desenhos animados se tornou obsessão, e acabou afastando as outras crianças. Por muitos anos meu brinquedo predileto foi os quebra-cabeças mas, logo deram lugar aos cadernos de desenho e lápis para colorir. Cheguei a me envolver com jogos de tabuleiro, mas nunca, em nenhuma hipótese gostei de bonecas. Não entendia muito bem ao certo porque eu era tão diferente de todas as meninas da minha sala. Eu não pertencia aquele mundo. Enquanto a maioria lutou por uma vaga no time de vôley do colégio, lá estava eu, me esforçando para competir no xadrez. E anos e anos se passaram. Essas "diferenças" sempre se refletiram muito em minha vida acadêmica.  Talvez influenciada por minha mãe, Professora de Arte pós graduada, fiz todo e qualquer tipo de curso que estava disponível. Pintura em tela, em tecido, em sabonetes e em madeira, artesanato, velas decorativas, balé, violão, vários de informática, inglês e enfim técnico em farmácia. Mas eu nunca soube na verdade o que exatamente eu queria para minha vida. Passei por veterinária, pintora, arquiteta, diplomata e farmacêutica. Vários testes vocacionais e apenas uma resposta: humanas. Certo humanas, mas como todo e qualquer ser humano eu gostaria de alguma vez na vida ter tido a certeza de algo a respeito de mim. Um foco, uma única opção. E então eu tive um sonho, e acordei tão feliz que gostaria de poder condensá-lo a ponto de colocar em potes e distribuir por aí, e então me veio: Quero fazer as pessoas felizes, mas não apenas felizes, quero que elas sejam extremamente felizes assim como estou agora. E então outra busca começou, a busca pela profissão da felicidade e, depois de algumas reflexões eu decidi: serei uma vendedora de sonhos. Alguns riram mas a maioria não me compreendeu, até que, três anos depois aqui estou eu, começando o segundo ano de publicidade e propaganda.

Feliz Dia do Publicitário.