domingo, 26 de maio de 2013

Viagem a Saturno

Ah eu vi. E como vi! Vi um show que tinha absolutamente tudo para dar errado. Eu não tinha como ir, não tinha como chegar, não havia companhia, mas apesar de tudo e de todos eu precisava ir. Eu precisava desde meus 7 anos quando os vi tocar pela primeira vez, “Natasha” no Domingo Legal. Me lembro perfeitamente como a frase “pneus de carro cantam” ficou gravada na minha mente até hoje. Precisava desde 19 de maio de 2012 quando fui ao primeiro show deles e prometi a mim mesma que iria a todos os shows que fossem possíveis. E como agradeço ter-me prometido isso. Soube disso a um ano atrás quando presenciei um dos melhores momentos da minha vida. Assistir aquele que seria o primeiro de muitos shows que eu ainda irei me proporcionou uma sensação única de bem estar e realização que é impossível de explicar ou concretizar. O céu estava perfeito, e o frio não importou muito menos a dor nos pés afinal, foi isso que aprendi, aprendi a andar descalço em um mundo de asfalto e sem coração algum. Perdi as contas de quantas vezes precisei segurar o choro principalmente quando Dinho parou o show para dedicar-lo ao eterno Chorão tocando a música predileta dele. Engraçado, emocionante, simplesmente perfeito. Simplesmente apaixonada pela dedicação dessa banda com seus fãs, pelo show a parte que cada um dos músicos deram. Apaixonada pelas animações do telão e pelo polvo imenso que surgiu e sumiu sem deixar vestígios. Eu praticamente não pude acreditar quando vi a notícia no jornal a três meses atrás, e basicamente ainda não acredito. Eu não queria dormir com medo de que tudo tivesse sido um pequeno delírio. Obrigada mãe por ter me apoiado mesmo não entendendo qual o motivo que me levava a tanta necessidade de estar lá. Obrigada pai por ter acordado a uma da manhã e ter percorrido quase 100 km para me trazer de volta pra casa. E como dizia o cartaz na platéia: Obrigada Capital Inicial por salvarem a música brasileira! 

VOCÊS SÃO DO CARALHO!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A pureza em significado

Um professor colombiano passou dez anos coletando definições de seus alunos e, como resultado, obteve um dicionário com verbetes ao mesmo tempo puros, lógicos e reais. A seguir algumas das definições mais puras do livro, intitulado "Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças", que traz cerca de 500 definições para 133 palavras de A a Z:

Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma 
(Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)
Ancião: É um homem que fica sentado o dia todo 
(Maryluz Arbeláez, 9 anos)
Água: Transparência que se pode tomar 
(Tatiana Ramírez, 7 anos)
Branco: O branco é uma cor que não pinta 
(Jonathan Ramírez, 11 anos)
Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro. Somente seus filhos 
(Luis Alberto Ortiz, 8 anos)
Céu: De onde sai o dia 
(Duván Arnulfo Arango, 8 anos)
Colômbia: É uma partida de futebol 
(Diego Giraldo, 8 anos)
Dinheiro: Coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos 
(Ana María Noreña, 12 anos)
Deus: É o amor com cabelo grande e poderes 
(Ana Milena Hurtado, 5 anos)
Escuridão: É como o frescor da noite 
(Ana Cristina Henao, 8 anos)
Guerra:Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz 
(Juan Carlos Mejía, 11 anos)
Inveja: Atirar pedras nos amigos 
(Alejandro Tobón, 7 anos)
Igreja: Onde a pessoa vai perdoar Deus 
(Natalia Bueno, 7 anos)
Lua: É o que nos dá a noite 
(Leidy Johanna García, 8 anos)
Mãe: Mãe entende e depois vai dormir 
(Juan Alzate, 6 anos)
Paz: Quando a pessoa se perdoa 
(Juan Camilo Hurtado, 8 anos)
Sexo: É uma pessoa que se beija em cima da outra 
(Luisa Pates, 8 anos)
Solidão: Tristeza que dá na pessoa às vezes 
(Iván Darío López, 10 anos)
Tempo: Coisa que passa para lembrar 
(Jorge Armando, 8 anos)
Universo: Casa das estrelas 
(Carlos Gómez, 12 anos)
Violência: Parte ruim da paz 
(Sara Martínez, 7 anos)



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Agridoce

E continua assim, lento, calmo como a brisa da manhã. As pessoas nunca irão entender mesmo. Não precisamos de rótulos, temos a nós e isso é melhor que qualquer outra coisa no mundo. Deixa assim, eu cuido de você, você continua cuidando de mim. Tudo é melhor como vem com surpresas. Te conhecer foi a coisa mais bonita que já aconteceu na minha vida, e porque precisamos tanto mudar as coisas? Ah garoto, se eu soubesse que aquela tarde ensolarada de abril mudaria a minha vida talvez eu tivesse me preparado. Não precisamos de nada que concretize o que temos. Não caberia na realidade nem se tentássemos. É algo além. Porque precisamos dizer que é de açúcar só porque é doce? Sublime alegria inusitada que escorrega pelos cantos da vida. Ah se eu pudesse juntar tudo do que falo e colocar em um pequeno pote, guardado a direita dos meus livros. E quando a distância vier, novamente olharemos para ela com alegria, deixe que chegue e faça sua vez. Deixe que a saudade inunde e leve tudo sem querer, que ela entre sem bater. Não precisaremos de lágrimas ou se quer palavras para saciar esse vazio porque mesmo sendo tão oco é de uma pureza e felicidade inconcebíveis. Eu bem que queria te fixar, concretizar, trazer tudo para o mundo real mas, sabe, a realidade estraga. Continuemos nos sonhos, em nossos sonhos. Como crianças livres nascidas apenas para sorrir a vida. Quero você aqui por perto por todo o tempo que existe mas, se não puder ser assim que não seja. Ter o que nós dois temos é algo simplesmente singular. Ninguém no mundo pode possui porque no fundo só é assim porque é nosso. 


domingo, 12 de maio de 2013

À mulher da minha vida

Eu sei que você não gosta dessas datas comemorativas, acha tudo um absurdo capitalista entre outras coisas mas, é que deu uma saudade doída de você. Deu saudade dos seus gritos 24hs por dia, do seu estresse sem tamanho e de todas as ordens que você me dá a todo momento. Deu saudade de ter que me virar pra fazer algo pra comer e chamar de almoço porque como sempre, você teve um milhão de coisas pra fazer. É minha guerreira, se alguém no mundo merece esse título é você. Obrigada por ter sonhado comigo por seis anos e por ter me dado a vida. Obrigada por dar a mão sempre que eu quis dar outro passo mesmo sabendo que muitos deles eram completas loucuras. Obrigada por me fazer tão independente me mandando pra 50kms de distância todos os dias em busca de um estudo. Tenho tantas coisas pra te agradecer que dificilmente eu chegaria ao final desse texto. Eu sei que algumas pessoas não vão entender o porque disso tudo, já que a gente briga tanto mas, a verdade é que o amor é tanto que chega a sufocar. Obrigada por me ligar todos os dias e por ter sido a base do meu maior sonho e me ajudado a subir cada degrau para que eu alcançasse. Obrigada principalmente por nunca tentar interferir na minha vida e me responder sempre que eu perguntava sobre faculdade: eu quero que você seja feliz. E como eu poderia não ser feliz tendo uma mãe como você? Você não têm ideia do tamanho da minha gratidão que vai continuar crescendo a cada dia. Eu não vejo a hora de pegar o meu diploma em mãos e me lembrar de tudo o que foi necessário fazer para que eu chegasse até aqui. Muitos disseram que não daria, e não dava mesmo. Você deu nó em gota d'água para que eu atravessasse esses 208kms até aqui. Desculpa por todas as enrascadas financeiras que eu já me meti e que você teve que me salvar. Eu sei que não é fácil lidar com tantas crianças na escola e chegar em casa e ter mais duas pra dar trabalho e talvez por isso eu te admire bem mais. Eu sinto sua falta todos os dias, sem tirar nem por. Obrigada por se preocupar mais comigo do que eu mesma, por todas as consultas, médicos e tratamentos que eu fiz desde sempre. Mil perdões por todos os erros, e dedico todos os acertos a você. 
Ah Dona Júlia Francisca, hoje eu arrumei a cama s2


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Depois de terça...

Ah quarta feira, que você seja muito mais do que mereço e que cumpra mais do que prometeu. Que seja amena e passe logo, quero ver seu pôr do sol. Preciso de tuas casinhas miúdas, cheias de pouca gente. Quero tua simplicidade de quem vive sem exitar. Necessito de teus campos verdes e distantes, cercados de árvores que nunca saíram de-la. Preciso da seu jeito doce de quem quer caminhar nas nuvens. Sua responsabilidade de quem tem sede de grandeza. Suas estradas calmas, nada muito profissionais. Quero sua malícia inocente de quem anseia por ferocidade. Ah como quero acordar na calmaria e te ver sorridente quarta feira. Sua paz tranquila de quem tem certeza de que nada de ruim pode acontecer, e que tudo está sobre controle. Quero sua certeza no caminho em que trilhas. Quero única e exclusivamente, este dia.