quinta-feira, 24 de julho de 2014

Alto mar

Ela vem sempre calma, e aumenta até você não poder carregar. Pessoas que já visitaram os mesmos lugares que eu, devem saber o quão sufocante uma vida sob os ombros se torna. Eu perco o controle fácil e quando percebo estou indo de frente a uma parede bem grossa de ferro e cimento. Não é do tipo de coisa que podemos prever, a gente apenas se perde pelo caminho lindo que a vida te traz, e, quando damos por si estamos em queda livre. Despencando no ápice da palavra. Um dos passos mais importantes para se viver é entender que é a vida quem te controla e não o contrário. Como não deixar que isso saia do controle? Prometo que volto a lhe escrever quando souber sobre isso. Em certos momentos é meio impossível continuar remando. Você apenas para à deriva e deixa que a vida te leve, porque se afundar mais dois centímetros é afogamento. Nada faz sentido e você percebe que é necessário criar um novo sentido. Ninguém disse que a travessia seria segura. Nem ao menos me disseram se é possível mudar de barco durante o trajeto. E se tudo se resumisse em abraçar alguém que lhe faz bem por cinco minutos? Em vários momentos um abraço pára toda uma tempestade. Eu gostaria que toda a água que corresse meu rosto fosse salgada de mar, não de choro e, mesmo quando for necessário chorar que seja por alguma dor, e não por esse vazio frio que gela a alma e atormenta. Até as rochas mais altas viram areia em algum momento e os faróis não se acendem já tem algum tempo.