segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sofi

Sinto-me tão próxima da borda. Tão frágil e instável, completamente suspensa. Sinto-me à beira de um precipício, sob uma ponte sem apoio. Qualquer brisa leve que chegar me leva, como se fosse poeira ao vento. Tenho medo de altura. Não que eu já tenha estado em alguma altura que possa ser considerada. À alguns dias que não tenho dormido. Não de maneira fácil. Todo conforto é pouco, todo minuto se passa em horas. Quando me dou conta já amanheceu e você não está do meu lado. O sol já nasceu para iluminar outro dia e eu pouco tenho pra fazer além de contar algumas histórias. Não se pode chorar o leite derramado, tão pouco pode se mudar o rumo da vida. Meus motivos acabaram todos e felizmente não vendem essa mercadoria no supermercado. Eu concordo. Concordo não só por ser verdade mas por ter se tornado a minha verdade, por ter ocupado a minha vida e trocado todas as certezas.