domingo, 19 de março de 2017

Um.

Primeiro.
Na verdade eu nem organizei realmente o que gostaria de escrever aqui. Tal como quase todos os demais textos, esse é só mais um pedido de socorro, Uma súplica sobre as coisas que não podem ser controladas.
Completou-se um.
O primeiro conjunto de 356 dias, vazios.
Claro que eu já tive dias piores mas, o meu verdadeiro problema está em que eu não faço mais ideia do que é ter um dia bom.
Sexta feira eu até achei que havia tido um dia bom, mas não. Foi um dia mais leve, mas nunca deixou de ser vazio e complicado. Me falta tanta coisa desde que você saiu. Não faço ideia de onde encontrar esse ponto final pelo qual minha alma suplica. Nossos problemas nunca foram nossos, não era a gente. Não tivemos a chance de sermos o que éramos pra ser e, de alguma forma, eu tenho certeza de que seríamos ótimos.
Muito além de tudo que passamos juntos e imaginamos ser felicidade.
Eu já havia decorado a cor da minha vida com você, e o problema é que não existe nenhuma mais bonita..
Não quero que você volte, isso é verdade, mas a questão é que eu nunca mais fui algo depois de tudo. Eu não posso simplesmente voltar para o que era antes de te conhecer. Não posso apagar nossos sorrisos e todo o bem que você me fez. Estou completamente condenada a viver com essas memórias.
Algumas pessoas podem se perguntar: "como você pode ter tanta certeza?" e a questão é que a gente sabe. O que nós eramos juntos, longe de qualquer imbecilidade externa, era melhor do que tudo que ainda existe, e funcionava sim, de uma maneira musical.
E quanto mais socorro eu peço e mais me afasto do vazio, e mais sozinha eu me deparo.
Chorando, jogada no chão da cozinha às três da manhã.

...
O telefone poderia tocar pra me tirar desse limbo.
Talvez alguém pudesse bater à porta...
Mas não.
Ele não vai tocar, nada pode me tirar daqui.
Como em uma areia movediça, tudo o que posso fazer é ficar imóvel, e aproveitar cada segundo que me ainda me resta de oxigênio,