quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pretérito

Voltando da faculdade avistei a curta distância a melhor ilustração de nostalgia que eu poderia ter. Embaixo das árvores que marcam a entrada de um colégio, um grupo de umas quinze pessoas, uma garrafa de vodka e um violão. Nada poderia ter sido mais triste e ameno ao mesmo tempo, comovente até. 
Contive minhas lágrimas e segurei para não gritar com o aperto que o coração me deu, quero tudo de volta. Ou ao menos quis por um segundo. 
Chegar naquele ônibus lotado, após quase uma hora de viagem e de uma longa aula de cursinho pré-vestibular e ver todos te esperando. Casa de uma amiga, uma árvore, violão, vodka e a galera. Nunca precisamos de nada além disso e éramos tão felizes, TÃO felizes. Lá de debaixo da árvore da Dona Cida, quantas risadas e histórias ficaram por lá? Não queríamos nada além de passar o tempo e não pedíamos muito, apenas para que o sono não viesse para que pudessemos curtir o máximo possível de estarmos juntos. Não era sempre a mesma turma e não era todo dia que todos podiam ir, mas o que dava para ser era e era de uma forma surreal. 
Vontade incontrolável de pegar o relógio e começar a voltar o tempo, na mesma velocidade e com a mesma facilidade que voltamos fotos. Confundo-me, me perco, mal sei para onde correr. 
Ninguém disse que seria fácil, porém também não me avisaram o quanto doía. Me sinto como uma masoquista afinal não me arrependo. Não me arrependo de absolutamente nada pois é preciso mudar para que se possa sentir saudades, e finalmente ver o quando aquilo foi bom. O maior problema é que depois disso, não resta muito além de aceitar seu presente e ficar feliz por ter acontecido. Saudade não tem sabor, mas é constante, comum e necessária.