sexta-feira, 3 de junho de 2011

Tenho direito

Eles não se preocupam. Ninguém se preocupa. Você pode chegar sem um braço, ou vestida de palhaço e ainda sim ninguém vai te ver de verdade. Vivendo cada dia como se não estivesse nessa atmosfera. Eu não peço muito, apenas que me escute. Eu bem que queria mas, as paredes não têm ouvidos. Ninguém gosta de gente dramática ou de ouvir o choro alheio, mas é necessário. Todos temos problemas e por isso somos tão iguais. Percebi que posso cair, e ninguém vai me segurar. Revoltadamente triste, e realmente não sei porque. A muralha de ferro não é tão perfeita quanto eu pesava que fosse e tente a desmoronar, e pior que isso, na minha cabeça. Está tudo bagunçado, a casa, os trabalhos, o quarto... o coração e a mente. O frio é bem devastador desse lado da ponte. E a sensação de que nada me tira daqui. O vazio, vago, sem preenchimento. Eu bem que queria ser tão feliz, animada e querida quanto aparento. Se eu cair ninguém vai segurar, eu sei que não. E não venham me reclamar, eu grito porque tenho direito ao grito. Eu só quero ser como os outros, é tão difícil assim? Ter um motivo para sorrir e acordar todos os dias cantando.É realmente tão difícil assim ou eu que sou sinônimo de azar mesmo? Eu não peço nada além de ouvidos sinceros.