segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ninguém quer ouvir, mas eu preciso dizer

Os leitores que me desculpem mas eu preciso escrever. Me perdoem mesmo, eu sei que muitos não gostam de política ou não estão nem aí pra minha pequena e amada cidade. Mas eu preciso gritar, gritar mais do que já gritei nas ruas, gritar para todo o planeta ouvir, gritar pra tirar de dentro de mim toda essa pressão que enfrentamos e carregamos ao longo desses sofridos noventa dias. E como foram sofridos! Não faltaram ameaças de todas as formas, pressões, demissões, tudo que já estávamos acostumados a ver em todos esses quatro anos de um dos piores mandatos que minha India já viu. Nossa liberdade veio na melhor hora possível, e não podia ter gosto mais doce do que essa vitória. Acabaram as intimidações, as ofensas pessoais, interpessoais e indiretas. Não vi um comentário maldoso ofendendo ninguém hoje. A ditadura que minha cidade enfrenta e que a fez parar no tempo por quatro anos está com os dias contados. Não tem explicação e nem palavras para descrever o que eu vivi hoje e como já disse Daniel Arantes: que futebol que nada, emoção mesmo é a política em Indiaporã. Ambos somos tetras ainda que o tri tenha sido tão podre que eu preferiria esquecer mas, não posso. Preciso me lembrar perfeitamente do nome e sobrenome que transformaram o nosso paço municipal em um trono de ferro com mãos de aço onde cargos rolavam a torto e direita na cara mais lavada do mundo. E era Ele que mandava mesmo, e ainda com todas as pesquisas e votos comprados, com a prefeitura e o hospital nas mãos e todas as ameaças não conseguiu nos calar. E nunca conseguiria. Ele não se elegeu nem na eleição passada onde nós carregamos nas costas com a cara a tapa e o elegemos. A mesma mão que dá também tira. É Ilustríssimo Sr. Prefeito, acabou. Chega de mamar no dinheiro público, revender itens de licitação e de tentar controlar todo o seu leque de funcionários. Chega de colocar incapacitados para cargos importantes e sair falando que fez coisas que não existem. Chega de usar carro e cozinha do município para interesses pessoais. A voz da maioria é a que grita para o povo e pelo povo e disso não podem discordar. Foram 71 votos a mais, apenas. Menos que uma centena. Mas valeu tanto quanto 700. Valeu por todos os gritos engasgados e os abraços que eu recebi de pessoas que nem conheço. Valeu pela cena maravilhosa que presenciei daquela multidão comemorando. Não fui eu quem ganhou, foi a minha cidade. E eu não poderia estar mais orgulhosa. Sanguessugas desonrados que perderam horas e horas de seus dias criando polêmica e insultando a torto e direita. O palanque ficou montando desde quinta feira e disseram que era pra vitória, que já estava certa a um mês atrás. As mesas e cadeiras já estavam sendo colocadas as quatro da tarde mas infelizmente o tiro saiu pela culatra. Eu não posso fazer muito além de lamentar, oferecer meu ombro amigo e convidar a todos pra festa da vitória pois, ao contrário de vocês nós não carregamos mágoas, e vai ter boi no rolete pra todo mundo. Liberdade, liberdade! Abra as azas sobre nós! Aos que ainda insistem, sem uma milésima gota de dignidade, defender o grande sr. atual prefeito, meus pêsames por terem sido e estarem sendo enganados pelas mágicas manipuladoras dessa nuvem negra que cobriu nossa cidade. Sumiram todos, evaporaram. De boi mesmo eu só vi o couro, sendo velado em frente ao palanque.