quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Melodia incerta de um amor sozinho

E não fosse tão errado talvez não teria dado tão certo. De longe ele ainda vigia enquanto ela sorri. Sutileza doce de se encontrar conforto em outra pessoa. Era tão inconstante e improvável que deu certo. Ela não vai negar que o lençol agora cheira a saudade mas, até parece que é a primeira vez que ela passa por isso. Vive por se apaixonar. Provavelmente se apaixonou enquanto me contava essa história. Mania de necessitar de outra pessoa pra completar o sorriso. Mania incerta e provavelmente muito duvidosa. Mas fazer o quê? Ela se acha feliz. Agora caminha cantando algumas melodias que aprendeu aí na parte onde as pessoas normais como você, vivem. É, ela esteve por aí. Nem faz muito tempo, e nem durou tanto assim mas pra ela sempre vale a pena. Talvez seja isso que a faça tão especial, sua inocência de ser feliz todo o tempo. Conclusões só a deixavam mais próxima de errar. Sempre preferiu o meio fio, corda bamba. Esperta ela que procura tirar um sorriso em cada acontecimento da vida. Ela fez tudo errado, como sempre fez. Seu jeito torto de alinhar as proezas e deixar que as certezas cheguem desacompanhadas. Ela sempre pega pelo avesso, faz tudo ao contrário, esquece de qualquer regra, burla todas as leis, corre até a ponta do penhasco só pra sentir o frio na barriga de segurar sua vida com as pontas dos dedos. Tinha que ser ele, assim como teve que ser todos os outros. Cansei de procurar respostas nessas pequenas fendas que a vida vem mostrando. Ela não se cansa de sua vida mediocremente alegre porque eu deveria me incomodar? Ela que desconfia de tudo e todos o tempo inteiro ainda consegue então não existe motivo para que eu não consiga. Ela bem que queria ver ele de novo, mas sempre foi assim: melodia incerta de um amor sozinho.