sábado, 13 de agosto de 2011

Alumbramentos

Uma noite amena de agosto, um auditório cheio porém humilde. Agosto dos grandes espetáculos. Seriam três aulas de Redação Publicitária II mas acabaram por ser uma das experiencias mais lindas que tive em vida. De início ficaram ecoando na minha cabeça vozes que me faziam tentar querer achar um motivo para ter ido a faculdade naquele noite, pergunta logo respondida. Peguei meu material, saí, atravessei o estacionamento, cheguei, entrei, sentei. Até então parecia um convite para um cochilo, um ótimo cochilo. Pessoas da cidade dividiam as poltronas com boa parte das turmas de comunicação. Flashs, risos, assuntos aleatórios e enfim, as luzes se apagaram. Uma voz feminina avisa que as fotos e filmagens são proibidas se não possuírem um aviso prévio. Há muitos, mais muitos anos mesmo que eu não assistia uma apresentação de Balé. Uma luz acende no palco, e em foco um homem seminu inicia o espetáculo. Não há como descrever o que se sucedeu. Movimentos perfeitamente sincronizados maravilharam meus olhos. Poesia em dança, balé de música. Inspirados nas obras de Manuel Bandeira, suas influências e vivencia poética, o Balé me ocupou por pouco mais de uma hora. Uma das horas mais bem ocupadas em minha vida. Uma sequência de ritmos, versos e gestos. Como um amigo me disse, é como tentar descrever o gosto de uma laranja. Não havia cenário, e o figurino foi mínimo, bem ausente mas não faltou conteúdo. Instante único de conhecimento da vida, como o próprio Bandeira definia Alumbramento. Grandiosos espetáculos. De sons eletrônicos, a batidas africanas e samba brasileiríssimo. Um banho. Lavou minha alma. Encerrou-se assim, calmo, delicado como quem avisa antes que vai partir. Como um círculo perfeito, terminou exatamente da maneira que começou, um pouco mais suado porém igual. Espero que Frutal continue me surpreendendo assim, me enchendo de arte e de vida, ou só de uma, afinal, não consigo separá-las.

Parabéns a Cia de Balé de Rio Preto