sábado, 5 de novembro de 2011

Um

Único, singular. Monotemática, restrita. Não posso e não consigo ir muito além disso e quando a vida se limita a um único meio, não há muito para o que se viver. Existe apenas um nada, que tende a soar como algo. Enganações. Monocromática. Vida em escala de cinza, sem cores, sem vermelho ou verde. Apenas um motivo, é tão pouco. Tudo bem que quem nada tem, um pouco é muito mas, não é suficiente. Mesmice. Não sei falar de outra coisa, escrever sobre outro assunto, não sei sentir diferente, não posso pensar em algo que fuja as regras. O certo e o errado. Vida barroca, e eu não a quero. O que há no escuro? Tanto tempo na escuridão afetaram minhas pupilas.  Dilatadas a procura de luz. E a calma? Paciência? Não as encontro em lugar algum a não ser nos doces versos de Lenine. Um caminho, uma escolha, apenas um motivo, mas que se for pra ser apenas um, que seja o infinito.