terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Despedida

Não é nada confortável nenhum tipo de mudança, mas há momentos em que elas se tornam extremamente necessárias. E por mais que a gente tente, patinamos como quem tem seus pés presos a uma cotidiano que já não é o suficiente. Hora de trocar as roupas, tirar a grossa casca de costume que cobriu seu corpo por inteiro. Não é fácil, mas o medo é necessário. Dói, incomoda, sai do eixo mas, existem momentos em que a sacudida da poeira é essencial. Por mais ruim que algo seja você sempre terá pelo menos um mísero detalhe bom que o faça lembrar, seja o ambiente da antiga cidade ou os colegas no antigo trabalho. Talvez sinta falta até das cotas absurdas, e dos insuportáveis tititis surgidos aleatoriamente. Dos concelhos que sempre tive que dar, e estive lá pra receber. Mas sufoca. Acumula-se tantos descontentamentos e desconfortos que eles fazem um nó, e prendem sua garganta. Então o passo a frente acaba se construindo sozinho, sem que ao menos você pense. Oito meses foram quase uma vida. Quase uma vida de muita raiva, temperada com boas risadas. Broncas por deixar clientes esperando enquanto via Kobalsky bolar mais um plano, ou Patrick ajudando Bob Esponja em outra idiotice. Os brigadeiros e pizzas que sempre incomodavam tanto, vão ser motivos de saudade. É preciso coragem pra sobreviver, seguir em frente pisando firme para que nada possa te abalar. E muito mais coragem pra assumir isso, erguer a cabeça e se permitir ser feliz, procurar um novo caminho, um novo lugar, algo que te faça bem, sem lhe sufocar. A vida é feita de mudanças e elas sempre acontecem, querendo ou não.