sábado, 13 de novembro de 2010

In memorian

Sim, a morte é sem dúvidas o mistério mais doloroso que possa existir. Enfrentar isso é sem dúvidas algo muito complicado. Perder alguém, é tão doloroso que não há como descrever. A quinze minutos atrás você estava brincando com ela, e então você saí e a encontra morta. Sim, é apavorante. A morte só te faz uma coisa: te torna oco. Totalmente oco. Vazio. E não há como encontrar algo para encher, continuamos vazios até entendermos que não temos muitas escolhas quando nos referimos à isso e pronto. A vida vem, e vai, de uma forma inexplicável, e a única coisa que sobra é a saudade e a dor.
Você não tem opção. Ninguém tem. Eu também não tive. Foram minutos, e agora estou sem minha nega. Sim, é muito doloroso, sei que já disse isso, mas é uma dor tão grande que não cabe em mim. Minha alma chora em silêncio. Vontade de fugir, correr, gritar, e mesmo assim você permanece imóvel, sem reação alguma.
Quando algo têm que acontecer, acontece. Não importa o que tu faça ou o quanto isso pode machucar alguém, ela simplesmente acontecerá. Você pode se culpar, culpar os outros, o destino mas, no fundo, você sabe que não há culpados.
O instante é o mais poderoso de todos e tudo que possa existir. Nele se vive e se morre. Se perde e se ganha. Nada além de um instante. Só tenho a dizer é aproveite enquanto você têm, enquanto está ali, porque ninguém sabe a data de validade. 
É doloroso chegar em casa e não a encontrar comemorando minha presença. Estou semi-morta. Levaram um pedaço de mim hoje. Pode parecer a muitas pessoas ridículo, ou fraqueza mas, já dizia Clarice: “Nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza”. Se for fraqueza, que seja. Mas enquanto me doer irei chorar. Chorarei pela saudade, pela revolta, pela dor. Chorarei por mim e por ela que já não pode me fazer mais feliz e mais humana. Chorarei pela outra que já não tem com quem dividir seus dias, dores e alegrias. Chorarei eternamente, até que o oco que existe dentro de mim, aquete-se e pare de me fazer sofrer, afinal ele nunca será preenchido.